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Mostrando postagens de 2018

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O AMOR ENTRE AS MULHERES

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As mulheres gregas só se relacionavam com outras mulheres, logo não é estranho supor que muitas tenham encontrado afeto e prazer sexual com elas. Entretanto, nada se sabe a esse respeito. Só temos informações de uma época anterior, o século VII a.C. Safo viveu na ilha de Lesbos e dirigia uma escola onde mulheres aprendiam música, poesia e dança. Ela se apaixonou por algumas dessas mulheres e manifestou o seu amor em poemas sensuais. "Sua poesia exerceu enorme influência sobre literatura erótica subsequente. E sobre a vida também: a maior parte dos sintomas de que os amantes têm sofrido, durante mais de talvez tanto material de condicionamento cultural como material para a biologia." Safo escreveu cerca de 12 mil linhas, das quais somente 5% sobreviveram à queima de livros efetuada mais tarde pelos cristãos. Um poema que ele fez para uma de suas alunas, quando a moça ia deixá-la para se casar, mostra toda a sua dor de amor, com o ciúmes que a atormentava: Semelhante aos deuses

A mulher adúltera

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O adultério resultava na expulsão da esposa de casa, pois não se podia mais garantir a legitimidade dos descentes. Era a dissolução do casamento. A seguir sintetizo o que diz o historiador grego Nokolaos Vrissimtzis sobre o adultério na Grécia clássica. Era o insulto mais severo contra a honra de um homem e seu direito de posse. O marido traído devia separar-se, sob pena de ser estigmatizdo por atimía ("perda da honra"). Honra e desonra eram conceitos de de excepcional importância na sociedade grega. A expulsão da adúltera implicava devolução do dote à família da mulher, perda financeira substancial. Assim, maridos traídos engoliam o orgulho e aceitavam o arrependimento de suas mulheres. O marido que recebia um bel dote demonstraria complacência maior em relação à pessoa. O costume prescrevia que a mulher pega em flagrante de adultério não podia mais assistir a sacrifícios públicos. Se o fizesse, os transeuntes teriam o direito de espancá-la. Segundo Sólon, o legislador,

Adultério e Divórcio

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O casamento heterossexual era o único reconhecido na Grécia clássica, mas os maridos não sofriam limitações sexuais. "Para o marido grego, ser privado de prazer estético ou sensual, pelo fato de estar casado, era algo que estava além de seu entendimento.  A sociedade e a moral da época reconheciam a natureza poligâmica do homem que naturalmente, atuava de modo correspondente." Os homens podiam ter relações extraconjugais com concubinas, cortesãs e efebos - jovens rapazes. A única proibição eram mulheres casadas. Menos para quem dispunha de recursos ou influência. Alcibíades, exilado e Esparta e Atenas. "Mas, de maneira geral, todo aquele que fosse surpreendido cometendo adultério com uma mulher casada podia escapar, no melhor dos casos, pagando uma multa e, no pior, pelo infamante costume do rapanismós, ou seja, era enfiado, em público, um rabanete no seu ânus." A hora do marido era tão importante que, de acordo com uma antiga lei de Drácon - legislador ateniense

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

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As grandes tragédias de Ésquilo, Sófocles e Eurípedes mostram Épido e Jocasta, Agamenon e Clitemnestra, Josão, e Medeia destruindo-se uns aos outros. Clitemnetra, junto com o amante, matam seu marido Agamenon, que sacrificaria a filha do casal, Ifigênia, antes de partir para Troia. Épido, assassino inconsciente do pai, Laio, casa-se com a mãe, Jocasta. Ao descobrir a verdade, anos depois, fura os olhos, induzindo Jocasta ao suicídio. "Essas histórias revelam um medo profundo e estabelecido das esposas vingativas, como Clitemnestra e Medeia, e a confusão mental que, apesar de inconsciente, podia resultar na atitude de uma viúva incestuosa, como Jocasta. As profundas verdades contidas nesses dramas sugerem uma tensão constante que existia na época e continua a existir entre muitos casais. As mulheres alimentavam pensamentos homicidas em relação aos maridos quando eram substiuídas por outras ou quando eles machucavam seus filhos, apesar de raramente reagirem de maneira tão dramáti

MASTURBAÇÃO E PÊNIS ARTIFICIAL

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A masturbação não era considerado um vício, mas válvula de segurança. Existem referências literárias a ela, especialmente na comédia ática. Antes do século III a.C., escrevia-se pouco e sabe menos acerca da vida privada das mulheres. "Entretanto, se as mulheres também não a praticassem, então os vendedores de Mileto estariam fracassando em seu trabalho. Mileto, uma importante cidade comercial na costa da Ásia Menor, era o centro fabricante e exportador do que os gregos chamavam olisbos , e gerações posteriores denominavam dildo ou seja, pênis artificiais. Eles eram feitos tanto de madeira como de couro acolchoado, tendo que ser untados com óleo de oliva, antes do uso. Entre as relíquias literárias do século III a.C. há uma curta peça, um diálogo entre duas jovens: Metros insiste que Coritto lhe empreste o seu dildo. Infelizmente, esta o repassou a alguém que o cedeu a uma amiga. Desapontada, Metro quer comprar um e Coritto recomenda um sapateiro-remendão chamado Cerdon. &q

O Sexo

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Os homens não costumavam fazer mais sexo com a esposa se considerassem o número de descendentes suficiente. A completa submissão da mulher tornava impróprias práticas como sexo oral, em que o homem proporciona prazer à mulher. Da mesma forma o homem não podia receber esse prazer, pois permanecer passivo era uma atitude inaceitável. A comédia grega, apesar de exagerada, mostrava aspectos da relação conjugal. Em Lisístrata, de 411 a.C., Aristófanes mostra a esposa que recusa o sexo ao marido, numa estranha comédia política. Provavelmente, o fato de não ter herdeiros apavorava o homem. "Quando Lisístrata e suas irmãs decidem se opor ao jeito guerreiro de ser dos homens, simplesmente negando-se a ir para a cama com eles, há comoção na sociedade grega. Pelo menos neste momento, o poder da cama provou ser mais forte do que o poder da espada. Com seus comentários obscenos, a peça parece tão atual quando o slogan dos anos 1960: "Faça amor, não faça guerra". O sexo no ca

Grécia Clássica - Infanticídio

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Na Grécia as famílias preferiam ter menos filhos para não dividir o patrimônio.  Meninas eram menos bem-vindas que os meninos. Elas não produziam e o dote reduzia as propriedades da família. Uma gravidez acidental era indesejável para mulheres casadas, hetairas e prostitutas. Recorria-se ao infanticídio e ao abandono de crianças para a morte por inanição. Isso era efetuado antes do décimo dia, quando, em Antenas, a criança recebia um nome, pois somente a partir daí ela passava a existir socialmente. A maior parte das vítimas era composta por crianças ilegítimas ou meninas. Os sobreviventes eram considerados escravos, e as meninas terminavam na prostituição. Algumas crianças, no entanto, tinham mais sorte; eram criadas por pessoas que a as encontravam e desejavam mantê-las consigo por algum motivo.  Outro fator justificava o infanticídio: o excesso de mulheres sem casar. Havia ainda a alta taxa de mortalidade masculina nas guerras. Os assassinato de meninas corrigia o desequil

A VIDA CONJUNGAL GREGO

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Os cidadão gregos casavam para ter filhos do sexo masculino, assegurando a continuação da família, unindo os clãs poderosos e suas fortunas e protegendo, assim, interesses comuns. Não era cogitado sentimento entre noivos. Muitas vezes nunca tinham se visto antes que tudo fosse combinado por suas famílias. "A esposa ateniense, enclausurada, presa aos dever, mentalmente circunscrita, não é invenção da sátira nem de romance, é, ao contrario, um retrato da dona de casa das classes superiores de Atenas, lá pelo ano de 400 a.C. Mulher respeitável não devia ser vista em público, a não ser por algum sério motivo. Quando recebiam convidados, eram confinadas ao gineceu. Escravos cuidavam dos visitantes. O homem saía sozinho e passava o dia em lugares públicos. Encontrava amigos e se divertia nas palestras, nos jogos e jantares organizados para os homens, seguidos por bebedeiras, discussões e passatempos, que, na maioria das vezes, terminavam em orgias, com a participação das indispens

ANTIFEMINISMO NA GRÉCIA ANTIGA

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A repulsa contra o casamento era parte geral contra a mulher e seu mundo. O antifeminismo grego com as crianças levadas, ameaçadas com demônios forma de mulher. Elas cresciam ouvindo lendas como a de Pandora, fonte dos males humanos, e de Helena, causa da terrível Guerra de Troia. Os gregos. Os gregos acreditavam numa mulher por trás de todas as guerras. Aristóteles afirmava o masculino como superior ao feminino em mente, corpo e processo procriador. Para ele, o sêmen continha a alma e as secreções femininas formavam o corpo físico. Eurípedes retratou a mulher como adúltera e perversa; Aristófanes satirizava-a beberrona, fofoqueira, briguenta e ambiciosa.

Noiva raptada

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Em Esparta , "o homem raptava a moça que estava na idade de casar. A madrinha recebia  a donzela que havia sido arrebatada, raspava sua cabeça, a vestia com roupas e sapatos de homem e a deixava, sozinha, num quarto escuro, sobre um colchão de palha. O noivo então saía de sua tenda militar, depois de haver ceado com seus companheiros de caserna, e, tomando todas as precauções, penetrava no quarto onde a noiva se encontrava. Após despi-la, levava-a para outra cama, passava pouco tempo com ela e, em seguida, saía silenciosamente, regressando aos seus companheiros. O mesmo procedimento repetia-se toda vez que ele queria dormir com a sua esposa". Plutarco ria dos espartanos: casamento era o marido com seus amigos homens, em raras e secretas ocasiões visitando a esposa. Havia marido que jamais vira a esposa à luz do dia. Nas cidades gregas, os votos eram apenas de prosperidade e fertilidade para os recém-casados.