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O AMOR ENTRE AS MULHERES

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As mulheres gregas só se relacionavam com outras mulheres, logo não é estranho supor que muitas tenham encontrado afeto e prazer sexual com elas. Entretanto, nada se sabe a esse respeito. Só temos informações de uma época anterior, o século VII a.C. Safo viveu na ilha de Lesbos e dirigia uma escola onde mulheres aprendiam música, poesia e dança. Ela se apaixonou por algumas dessas mulheres e manifestou o seu amor em poemas sensuais. "Sua poesia exerceu enorme influência sobre literatura erótica subsequente. E sobre a vida também: a maior parte dos sintomas de que os amantes têm sofrido, durante mais de talvez tanto material de condicionamento cultural como material para a biologia." Safo escreveu cerca de 12 mil linhas, das quais somente 5% sobreviveram à queima de livros efetuada mais tarde pelos cristãos. Um poema que ele fez para uma de suas alunas, quando a moça ia deixá-la para se casar, mostra toda a sua dor de amor, com o ciúmes que a atormentava: Semelhante aos deuses

O afeto e o amor entre os Neandertais


Ela caminhava sobre as pedras em frente ao mar, entre blocos de rocha descontínuos, aqui e ali cobertos pelo limo marítimo. Equilibrava-se, quando escorregou. Após chocar-se contra os desníveis, permaneceu gemendo, ensanguentada e incapaz de se mover. Foi retirada com vida, mas perdeu a capacidade para o trabalho e passou a viver da boa vontade de seus pares.

Essa mulher, de quem não sabemos o nome nem conhecemos o rosto ou origem exata, permaneceu submersa numa enseada profunda da Córsega. Seu esqueleto é uma das provas que temos hoje da solidariedade humana em época tão longínqua. A exumação concluiu que ela foi enterrada aos 35 anos, com seus ornamentos e coberta de ocre vermelho. Mas as fraturas se seu braço esquerdo levam a crer que sofreu uma queda nos rochedos, provavelmente na juventude.

Além disso, uma inflamação no tecido ósseo lhe imobilizou a mandíbula inferior, impedindo-a da mastigar alimentos e limitando a sua sobrevivência à ingestão de caldos. No período vivia-se de caça, pesca e coleta de moluscos, o que a tornava, portanto, dependente de seus semelhantes. Um companheiro a alimentou? Os filhos? Os pais? Alguém a quis, solidarizou-se, amou-a.

Histórias como esta, ocorria há mais de 35 mil anos, reproduziu a partir de fragmentos ósseos, reconstituídas por dedução e probabilidade, preenchem vácuos de nossa pré-história afetiva. Mesmo entre os homens de Neandertal, espécie extinta de seres atarracados, pernas curtas e braços largos, olfato aguçado para a caça, mesmo entre esses seres de 60 mil a 80 mil anos atrás, traços de amor têm registro.

Eles enterravam seus semelhantes e auxiliavam aqueles que sofriam fraturas. Um dos traços mais pungentes de ternura solidária foi encontrado nua tumba neandertalense: o corpo de uma mulher, forrado com flores de pântanos distantes algumas horas do lugar. Enterrar os mortos e ornamentar seus túmulos é a mais antiga demonstração de amor de que se tem notícia. O amor é específico do ser humano, e fomos nós, Cro-Magnon de cérebro complicado, que o invetamos.


- O Livro do Amor

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