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Mostrando postagens de maio, 2017

DESTAQUE

O AMOR ENTRE AS MULHERES

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As mulheres gregas só se relacionavam com outras mulheres, logo não é estranho supor que muitas tenham encontrado afeto e prazer sexual com elas. Entretanto, nada se sabe a esse respeito. Só temos informações de uma época anterior, o século VII a.C. Safo viveu na ilha de Lesbos e dirigia uma escola onde mulheres aprendiam música, poesia e dança. Ela se apaixonou por algumas dessas mulheres e manifestou o seu amor em poemas sensuais. "Sua poesia exerceu enorme influência sobre literatura erótica subsequente. E sobre a vida também: a maior parte dos sintomas de que os amantes têm sofrido, durante mais de talvez tanto material de condicionamento cultural como material para a biologia." Safo escreveu cerca de 12 mil linhas, das quais somente 5% sobreviveram à queima de livros efetuada mais tarde pelos cristãos. Um poema que ele fez para uma de suas alunas, quando a moça ia deixá-la para se casar, mostra toda a sua dor de amor, com o ciúmes que a atormentava: Semelhante aos deuses

A mulher pode ser feminina e ao mesmo tempo ser autônoma?

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"A mulher pode ser feminina e ao mesmo tempo ser autônoma?"  Fiz essa pergunta para mais de cem pessoas, homens e mulheres com idades entre 20 e 55 anos. As respostas foram instantâneas e veementes: claro, lógico, óbvio. Em seguida coloquei a segunda questão: O que é uma mulher feminina? O comportamento de todos foi semelhante. Silêncio por algum tempo, como se tivessem sido pegos de surpresa. Hesitantes e confusas, as pessoas tentavam explicar. Reunindo todas as respostas, surgiu o perfil da mulher, feminina:  delicada, frágil, sensível, cheirosa, dependente, pouco competitiva, se emociona à toa, chora com facilidade, indecisa, pouco ousada, recatada . Concluí, então, que a mulher considerada feminina é uma mulher estereotipada. Por isso, uma mulher não pode ser autônoma e feminina ao mesmo tempo. Autonomia implica ser você mesma. sem negar ou repudiar aspectos de sua personalidade para se submeter às exigências sociais. Mas isso não é uma tarefa fácil. A primeira per

REFLEXÃO

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Talvez não estejamos conscientes disso, mas todos fomos influenciados na nossa maneira de pensar o sexo pelo que nos foi ensinado acerca de nossas origens sexuais. A caricatura popular do homem das cavernas carregando um bastão e arrastando uma mulher pelo cabelo, com alguns traços "divertidos", nos diz que, desde um tempo imemorial, os homens equiparam sexo à violência e as mulheres são objetos sexuais passivos. Em outras palavras, nos ensina que o sexo, a dominação masculina e a violência coincidem - e que por baixo do verniz da civilização é assim que acontece.

A INVENÇÃO DO PATRIARCA - P2

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Quando o sistema patriarcal se estabeleceu entre nós, há aproximadamente 5 mil anos, dividiu a humanidade em duas partes - homens e mulheres - e colocou uma contra a outra. Determinou com clareza o que é masculino e feminino, subordinado ambos os sexos a esses conceitos. E, ao fazer isso, dividiu cada indivíduo contra si próprio, porque para corresponder ao ideal masculino ou feminino da nossa cultura, cada um tem que rejeitar uma parte de si, de alguma forma, se mutilando. A abrangência da ideologia de dominação é ampla. Partindo da opressão do homem sobre a mulher , a mentalidade patriarcal se estendeu a outras esferas de dominação: homens mais fracos, raças, nações, e a própria natureza. Durante esse período, a cultura dominada pelo homem autoritária e, em geral, violenta acabou por ser vista não apenas como normal, mas também como adequada. Apoiando-se em dois pilares básicos - controle da fecundidade da mulher e divisão sexual de tarefas - a sujeição física e mental da mulher f

DIVINDADES

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A Pré-História não conseguiu registrar suas divindades com precisão pela ausência de uma linguagem escrita. A historiadora Reay Tannahill assinala alguns apsectos importantes. Os elementos na natureza seriam os deuses da época? Sol, Lua, mar, chuva, terra? Eram, afinal, as realidades naturais que, nesse tempo, mantinham os seres vivos ou destruíam. Há indicações do culto à fertilidade em Çatal Hüyük, na Anatólia, Turquia, por volta de 6000 a.C., representando em um relicário, sob a forma da cabeça de três touros, plenamente realçadas, uma sobre a outra, tendo sobre elas uma figura feminina, braços, e pernas estendidos, dando à luz um bezerro. Essa ilustração da fertilidade, assim como narrativas míticas do surgimento da vida na Terra, chegou até nós pelas religiões primitivas, demonstrando as preocupações dos caçadores e pastores no Neolítico. O mito da ressurreição, explicando a morte e o renascimento anuais do solo, também era uma crença dos agricultores. No mais primitivo mito co

AS RELAÇÕES AMOROSAS SE TRANSFORMAM

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AQUI VAI ALGUNS EQUÍVOCOS E CRENÇAS LIMITADORES DA VIDA  Só é possível a realização afetiva no casamento  Ninguém pode ser feliz sem um par amoroso  Não é possível amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo  Quem ama não sente desejo por mais ninguém  O amor materno é da natureza da mulher e toda mulher deseja ser mãe O pai não tem condições de criar um filho tão bem quanto a mãe  A iniciativa da proposta sexual cabe naturalmente ao homem  O amor romântico é superior ao amor na amizade  No sexo o homem é por natureza ativo e a mulher passiva  No casamento é importante ceder sempre se viver bem.....

O TABU DO INCESTO

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O crescimento da população, até a ocupação quase total do planeta, como na atualidade, exigiu a criação de um tabu que permitisse o contato entre as tribos. A consanguinidade era quase inevitável. Houve longos períodos da História em que grupos compostos por não mais de quarenta ou cinquenta pessoas podiam viver juntos sem jamais verem outro ser humano. O tabu surgiu como um salto para além dos grupos humanos fechados. Tão logo houve contato suficiente entre as tribos para que fosse possível um acasalamento externo, esta parece ter sido a prática geral. A acelerada rapidez do desenvolvimento humano durante os 50 mil anos imediatamente anteriores à revolução neolítica foi, pelo menos em parte, devida à adaptabilidade física e intelectual daí resultante. 

A INVENÇÃO DO PATRIARCA - P1

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A organização social e os avanços civilizatórios do Neolítico, contraditoriamente, criaram os primeiros conflitos sociais e familiares. Na Idade Paleolítica , não havia casos de mortes violentas provocadas por outros homens, nem ferimentos por projéteis, ao contrário do que se verifica nas épocas posteriores. Tudo indica ter havido uma sociedade de parceria, e não de dominação. As condições de vida e de relacionamento se agravaram especialmente para as mulheres . No Neolítico as tarefas das mulheres se multiplicaram. O período inaugurou para elas, com o advento da agricultura, o começo das obrigações. E é provável que os sentimentos entres as pessoas e a sexualidade tenham se tornado cada vez mais normatizados e que o rapto, a violação e a escravidão tenham nascido e se desenvolvido desde então. O homem-caçador se tornou homem-pastor , enquanto a mulher-colhedora se transformava em mulher-fazendeira . E está seria uma mudança de efeitos quase incalculáveis nos relacionamentos futu

No começo era a sobrevivência...

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Mesmo considerando que o amor possui um registro tão antigo, não se pode afirmar que tenha havido evidência inequívoca sobre relacionamentos amorosos entre os sexos antes de 3000 a.C., o início da história registrada. O chamado período Paleolítico, ou Idade da Pedra, é muito longo - 2,5 milhões de anos - e se divide em Paleolítico Inferior, até há aproximadamente 300 mil anos, e Paleolítico Superior, até 10 mil a.C. quando se inicia o chamado período Neolítico.  As características que determinam o Paleolítico são as evidências da chunhagem de ferramentas de pedra, pau, e osso. O Neolítico é caracterizado pelo incremento da agricultura e pela formação de aldeias estáveis. Quanto à fala há registro da área de Broca - estrutura cerebral responsável pela linguagem nos seres humanos - num fóssil de 1,4 milhão de anos. É o chamado "menino de Nariokotome".  A vida nas cavernas no Poleolítico era uma constante luta pela sobrevivência e a natureza era tanto a provedora quanto o

A Verdadeira História do Amor

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O intuito desse site é divulgar e esclarecer cruzamentos entre o passado e o presente e reflexões sobre o tema para dar conta de uma questão tão fundamental à compreensão do amor na contemporaneidade.    Quanto a experiencia amorosa ocidental se modificou e se repetiu ao longos dos últimos milênios?  Da Pré-História ao século XXI, as vivências do amor e do sexo têm sido moldadas culturalmente. Sujeitos a paradigmas morais, dogmas religiosos, interesses políticos, econômicos e sociais, homens e mulheres desempenham papéis em constante mutação. Se houve um período em que a participação masculina na procriação foi ignorada, haveria outro em que a certeza da paternidade faria dos homens senhores absolutos, e das mulheres, criaturas submissas e cativas em seus próprios lares. Durante a Antiguidade Clássica, os gregos entendiam o amor como distração ou aflição imposta pelos deuses, e a relação entre dois homens era vista como exército de força e virtude. Na Idade Média surgia o caval

As origens

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O s estudiosos se dividem quanto à origem da humanidade. Há o grupo dos que defendem a identificação de traços genéticos e aqueles que preferem uma abordagem de evolução cultural. Mas de qualquer forma podemos demarcar três grandes momentos registrados. O Cro-Magnon foi o primeiro representante do homo sapiens . Seus restos foram encontrados nos sítios arqueológicos mais antigos da Europa e da África. Eles viviam em caverna da caça e da pesca, há cerca de 100 mil anos. O segundo registro identificado é o do chamado Homem de Neandertal , que habitou a Europa e a Ásia até 30 mil anos antes de nossa era. Os neandertais desenvolveram ferramentas a partir de lascas de pedra, que viriam a ser as primeiras armas da humanidade. Finalmente, temos o Homo sapiens , o nosso ancestral direto, que foi contemporâneo do Neandertal, este desaparecido por razões que não conhecemos. O que nos torna mais próximos do Homo sapiens, são mais as semelhanças estruturais da ossatura do que propriamente tr

O afeto e o amor entre os Neandertais

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E la caminhava sobre as pedras em frente ao mar, entre blocos de rocha descontínuos, aqui e ali cobertos pelo limo marítimo. Equilibrava-se, quando escorregou. Após chocar-se contra os desníveis, permaneceu gemendo, ensanguentada e incapaz de se mover. Foi retirada com vida, mas perdeu a capacidade para o trabalho e passou a viver da boa vontade de seus pares. Essa mulher, de quem não sabemos o nome nem conhecemos o rosto ou origem exata, permaneceu submersa numa enseada profunda da Córsega. Seu esqueleto é uma das provas que temos hoje da solidariedade humana em época tão longínqua. A exumação concluiu que ela foi enterrada aos 35 anos, com seus ornamentos e coberta de ocre vermelho. Mas as fraturas se seu braço esquerdo levam a crer que sofreu uma queda nos rochedos, provavelmente na juventude. Além disso, uma inflamação no tecido ósseo lhe imobilizou a mandíbula inferior, impedindo-a da mastigar alimentos e limitando a sua sobrevivência à ingestão de caldos. No período

Até a invenção da escrita, em 3000, a.C.

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Um dia, ou talvez uma noite, muitas dezenas de milênios antes da nossa era, um gesto foi feito uma palavra foi dita, um sentimento nasceu...Talvez seja preciso ir procurar bem longe em nosso passado o despertar que mais tarde terá o nome de "amor".... - Dominique Simonnet